Estes dias tenho pensado com muita frequência sobre a mortalidade e a impermanência da vida e sinto que este tema difícil e que muitas vezes queremos evitar, oferece um espelho para contemplar os conflitos e as tragédias que assolam o mundo contemporâneo, especialmente os acontecimentos na Faixa de Gaza, Ucrânia e em outras (muitas) partes do planeta.
Diante desse cenário de violência e sofrimento humano, somos chamados a uma profunda introspecção.
Os conflitos são como tempestades que varrem nossas vidas e comunidades, deixando destruição e desolação em seu rastro. No entanto, ao reconhecer que a vida é frágil e efêmera, somos impelidos a valorizar cada vida afetada por esses conflitos.
Cada ser humano envolvido nessas tragédias, tem sonhos, amores e esperanças que podem ser interrompidos de maneira abrupta e injusta.
É um lembrete de que devemos nos esforçar para entender o sofrimento dos outros, para cultivar a compaixão e trabalhar em direção à paz e à justiça.
A prática da presença se torna vital nesse contexto. Nos momentos de conflito, é fácil ficar preso no passado ou preocupado com o futuro incerto. No entanto, é no agora que podemos tomar decisões conscientes para promover a paz.
Estar plenamente presente nos lembra de que cada ação, por menor que seja, tem um impacto e pode contribuir para a mudança.
Integrar a compreensão da mortalidade em nossas vidas cotidianas é uma chamada para a ação. Nos conflitos, devemos buscar soluções pacíficas com uma determinação renovada, sabendo que o tempo é fugaz e que cada momento que passa é uma oportunidade perdida para a paz.
Contemplar nossa unidade com a consciência desperta e a interconexão com todos os seres humanos é uma lembrança de que, apesar das diferenças e dos conflitos, todos compartilhamos a mesma humanidade.
A violência é uma manifestação de nossa incapacidade de reconhecer essa unidade fundamental.
Portanto, devemos trabalhar para construir pontes, compreender o outro e buscar soluções que honrem essa conexão.
Esse é o trabalho.
Esse é o PROPÓSITO verdadeiro, que tantos estão ainda procurando, perdidos, pensando que o propósito tem algo a ver consigo mesmos, com sua própria agenda e com seus objetivos pessoais.
A impermanência nos lembra de que a paz é possível, e a compreensão da nossa unidade nos incentiva a trabalhar juntos para alcançá-la.
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